O que achas dos excertos do novo "Danger in Heaven"?

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Anónimo

No dia seguinte Ryan estaria de volta a escola e tinha de lhe contar tudo, Diane insistira que assim o fizesse e eu concordava com ela até.
Saímos de casa, Diane levou-me no seu carro. Quando chegamos à escola Ryan já estava no parque de estacionamento assim como Andrew e Anne. Estavam descontraídos.
Diane dirigiu-se para Andrew, e eu para Ryan. Este agarrou-me pela cintura e puxou-me para si.
Tinha estado afastada de Ryan apenas durante um dia e ainda assim sentia falta do seu toque.
Ele beijou-me uma vez, depois passou os lábios pelo meu pescoço, até ao meu ouvido.
"Senti a tua falta meu amor!" e depois sorriu-me voltando de seguida a beijar-me.
Ouvimos o toque. Desta vez desejava que não tivesse tocado. Queria ficar com Ryan, pelo menos durante um pouco mais de tempo.
Ryan levou-me á sala e despediu-se. Estava aliviada por não ter tido tempo de lhe contar o que se passara.
Durante a aula não estava atenta. Estava a tentar arranjar a melhor maneira de lhe contar.
- Estás bem? - Perguntou Anne.
- Sim, estou. - Respondi com um sorriso disfarçado.
- Mentes bastante mal Sarah.
- Desculpa. - Disse um pouco envergonhada. - Bom, eu vou contar a Ryan e penso que ele irá acabar por te contar. É que eu recebi umas mensagens estranhas no computador, a avisar-me acerca de Ryan.
Anne compôs-se na cadeira.
- Sobre o que?
- Bem, disseram que ele era perigoso. A Diane desligou o computador e não pude ver o resto.
- E sabes quem era? - Anne aparentava estar mais descansada.
- Não, não sei quem era pois quando ia perguntar foi-se embora. Queria saber quem foi, mas...não sei como faze-lo.
- Bom, sei de alguém que talvez nos possa ajudar. O Victor percebe de informática. Se falar com ele talvez nos possa dizer alguma coisa.

- Sim, se ele pudesse ajudar eu agradecia imenso.
Entretanto tocou e agora tinha de contar a verdade a Ryan.
Quando cheguei ao pé de Ryan não adiei mais.
- Ryan, precisamos de falar.
De repente Ryan ficou sério.
- Diz Sarah.
- Bom, aconteceu algo e... acho que devias saber. Alguém me mandou uma mensagem por computador. A avisar-me sobre ti.
- Como assim?
- Disseram para ter cuidado contigo, que eras perigoso.
- Estou a ver.
Ryan olhava para o chão, era possível que achasse que eu acreditava na pessoa que tinha feito aquilo?
- Ryan. - Disse eu enquanto lhe passava a mão pela face. - Eu não acredito em nada do que disseram meu amor. Sei que não és perigoso, sei que nunca me farias mal. Eu amo-te Ryan.
Ryan sorriu e beijou-me.
- Eu também te amo meu amor. E nunca mas nunca te magoarei. Prometo.
Fomos para outra aula. Ryan ficou comigo. Mas a verdade é que com Ryan ao meu lado não me conseguia concentrar na aula. Apesar de que ele ouvia atentamente o professor. Eu estava concentrada em Ryan.
Via-o quase todos os dias, e mesmo assim não me fartava. As suas feições eram perfeitas. Tudo em Ryan era perfeito.
Saímos das aulas e Ryan insistiu para que fosse ele a levar-me a casa. Depois de muito recusar tive de concordar com ele. ´
Louis tinha chegado a casa tarde e por isso estava ainda a dormir. Ryan saiu do carro e acompanhou-me até casa.
- Queres entrar? Louis ainda está a dormir.
- Não Sarah, não quero desafiar o teu pai. - Disse Ryan com um sorriso maroto.
- Vá lá Ryan. O meu pai até já gosta de ti, certamente que não se vai importar.
Ryan deu-me um beijo na testa.
- Certamente que não amor. - Sorriu-me.
E foi-se embora.
Depois de jantar com Louis e lhe contar como fora a minha tarde com Diane subi para o meu quarto.
Tinha uma nova mensagem de Ryan.
“A Anne contou-me sobre a ideia do Victor ajudar. Parece-me bem. Ligo-te mais tarde.”
Pouco tempo depois de ler a mensagem Ryan ligou-me.
- Sarah? Já falei com o Victor, ele pode ajudar-nos mas ele prefere que tragas o computador cá a casa.
- Acho que Louis não se importava. Mas se o Victor prefere assim eu levo.
- Sim, aqui tem todo o equipamento que precisa.
- Ok.
- Sarah tenho de desligar a Anne precisa de ajuda. Falamos amanha.
E desligou.
Olhei de soslaio para o computador. Não fora dotada de força, talvez fosse melhor amanha na escola pedir a ajuda de Ryan.
Estudei um pouco antes de me deitar.
Na manha seguinte acordei cedo. Queria ter a oportunidade de falar com o meu pai antes de sair.
Desci as escadas e como habitualmente Louis já estava a fazer o pequeno-almoço. Assim que cheguei sentamo-nos à mesa.
- Pai, hoje de tarde como não tenho aulas vou com Ryan. Tenho um … vírus no meu computador e o irmão dele, o Victor vai compô-lo.
- Hum, parece-me bem querida.
Acabei de comer e sai.
Quando cheguei à escola Ryan estava, como já era habito, à minha espera no parque de estacionamento. Estacionei o carro e fui ter com eles.
Cumprimentei Ryan e os restantes.
- Ryan hoje talvez precise de ajuda para levar o computador.
No entanto quem respondeu foi Diane.
- Eu posso ajudar-te Sarah. Eu vou ter com Andrew e posso passar por tua casa antes.
- Hum, por mim tudo bem. – E sorri-lhe.
A campainha tocou e mais uma vez tivemos de ir para as aulas. Como começava a odiar aquele toque. Não tivera tempo nenhum para estar com Ryan, felizmente íamos ter uma aula conjunta.
Entramos e sentei-me com Ryan. Queria falar com ele sobre essa tarde mas o professor não acharia graça à nossa distracção. Quase como se conseguisse ler os meus pensamentos Ryan escreveu numa folha em branco.
“Hoje vais conhecer a minha família ;)”
“Achas que vão gostar de mim?”
“É impossível não gostarem meu amor.”
“Estou nervosa, não sei o que dizer!”
“Eu vou estar ao teu lado.”
“Eu sei.”
Sabia mesmo, no entanto estava nervosa. Já conhecia os irmãos de Ryan, e nenhum deles parecia desgostar de mim, mas e se os seus pais não gostassem de mim? Tentei afastar este pensamento da minha cabeça. Passei uma manha agradável. Tivera todas as aulas com Ryan que apesar dos últimos acontecimentos se encontrava especialmente bem disposto, em grande parte devido ao facto de ir conhecer os seus pais nessa tarde.
Quando cheguei a casa almocei pouco. Estava com um nó no estômago. Pouco depois apareceu a Diane que me ia ajudar a levar o computador até casa de Ryan. Diane já tinha ido a casa deles e conhecido os pais.
- Diane, como são os pais de Ryan?
- São fantásticos Sarah. Sei que estás nervosa, mas não precisas, vão adorar-te. – Respondeu Diane com um sorriso.
Fomos até casa deles que ficava num terreno afastado da cidade.
Quando lá chegamos Andrew, Anne e Ryan já nos esperavam à porta. Assim que paramos o carro Ryan abriu-me a porta e deu-me um beijo.
- Nervosa? – Perguntou ele com um sorriso trocista.
Abanei a cabeça e Ryan deu uma gargalhada.
Anne tirou o computador da bagageira do carro. Fiquei a olhar para ela, eu não tinha de facto muita força, no entanto ela pegou no computador como se fossem apenas alguns livros, sem esforço nenhum.
Ryan abraçou-me pela cintura e começou a levar-me para dentro. Da cozinha vinha um cheiro divinal a chocolate.
Ryan levou-nos de encontro ao cheiro. E vi quem reconheci como sendo Emily a cozinhar. Ao seu lado estava Victor.
Mal me viu Emily tirou o avental sujo e correu para me dar um abraço.
- Olá Sarah, se bem-vinda a nossa casa. O Ryan falou-nos muito de ti, tenho muito prazer em conhecer-te.
- O prazer é todo meu. – Disse com um sorriso amável.
- Olá Sarah, eu sou o Victor. Cumprimentava-te mas…- E mostrou-me as mãos sujas com chocolate.
- Não faz mal.
Emily era deveras simpática. Mas não sabia como enfrentar Peter.
Vindo de fora Peter entrou na cozinha com as mãos carregadas de cestas.
- Olá, tu deves ser a Sarah certo?
- Sim, sou.
- O Ryan não mentiu. És de facto linda. Eu sou o Peter. Se bem vinda.
Corei.
- Obrigado Peter.
Ryan apertou-me mais um pouco e piscou-me o olho.
- Anne já tem o computador. – Disse Ryan a Victor.
- Vou assim que me limpar.
Depois levou-me até cima. Entramos numa sala. Tinha sido decorada por alguém com extremo bom gosto. “Emily!” pensei.
Ao fundo, de costas, sentada num cadeirão branco estava Margaret.
- Margaret esta é a Sarah, a minha namorada.
A forma como Ryan o disse deixou-me orgulhosa.
- Olá Sarah. – Disse Margaret enquanto se levantava e vestia umas luvas, depois deu-me um aperto de mão. – Lamento ter de ir mas ligaram-me agora mesmo da clínica, é uma emergência.
- Não há problema, prazer em conhecer-te.
- Espero que um dia possamos conversar.
- Claro. – Disse eu devolvendo o sorriso de Margaret.
Depois Margaret saiu da sala. Virei-me para Ryan pus as mãos à volta do seu pescoço e beijei-o. Ryan agarrou-me pela cintura e puxou-me mais para si.
Não tinha custado assim tanto. Ryan afastou-me e sorriu-me.
Entretanto ouvi-mos Victor chamar de uma outra sala. Fomos até lá e Victor estava rodeado de equipamento electrónico.
- Deu um pouco de trabalho mas eu e a Anne conseguimos.
Ryan estava à minha frente e eu não conseguia ver. Depois afastou-se e agarrou-me.
Fiquei abismada com o que vi. Não conseguia crer no que os meus olhos viam.
Nessa noite dormi muito pouco, estava aterrorizada. Não queria preocupar Ryan e no entanto queria contar-lhe o que se passará.
Acabei por adormecer. Dormi pouco mais de 5 horas. Acordei com o sol a bater-me na cara. Estava um dia de intenso calor. Vi as horas e já estava atrasada. Vesti uns calções e um top e sai porta fora. Não tomei o pequeno-almoço e despedi-me do meu pai.
Quando cheguei à escola a Diane já se dirigia para a sala. Não via Andrew ou Anne.
- Bom dia Diane. Onde está o Andrew? – Perguntei ofegante.
- O Ryan não te avisou? Eles tiveram uma emergência, a Anne também não veio.
- Ah, sim, o Ryan avisou-me mas pensei que tivesse ido apenas ele.
- Não, acho que foram todos.
- E sabes o que se passou? Certamente o Andrew disse-te.
- Não, tiveram que sair à presa e o Andrew não me pode explicar.
Entramos na sala e sentamo-nos na mesma mesa. Apesar do que se tivera passado na noite anterior estava bastante animada devido à saída com a Diane. E o melhor seria contar-lhe o que se havia passado…
- Diane, há algo que acho que te devo contar.
- O que Sarah?
- Bom, a verdade é que ontem fique assustada. Alguém me disse para ter cuidado com o Ryan, que não sabia com quem me estava a meter.
- Quem Sarah? – Disse Diane visivelmente preocupada.
- Não sei. Tentei perguntar quem era mas a pessoa desapareceu. Fiquei assustada, e nã sei se deva contar a Ryan. Não quero preocupá-lo.
- Mas Sarah, vais conseguir esconder isso de Ryan. E mesmo que consigas, deverás mesmo faze-lo? Penso que o Ryan tem o direito de saber.
- Eu sei. Também penso o mesmo. Mas não queria preocupá-lo agora.
- Pois, compreendo a tua posição. Talvez devessemos tentar descobrir quem foi antes de contares ao Ryan.
- Achas que conseguimos?
- Pois, não sei, na verdade não percebo nada disso.
- Diane hoje o meu pai vai ter de ficar na oficina, vai chegar bastante tarde a casa, e para dizer a verdade não gostava de...
- Sim Sarah, eu fico contigo. - disse Diane com um sorriso.
Por vezes adorava que a Diane quase me le-se o pensamento. Assim não tinha de lhe pedir uma coisa embaraçosa como esta. Ficar comigo pois tinha medo.
As aulas passaram bem e depois de ter esquecido a pressão do que se tinha passado até tivemos um dia divertido. Depois das aulas fomos até ao cinema e vimos uma comédia. Diane estava bem disposta como normalmente.
Voltamos para casa e sinceramente estava a começar a sentir-me stressada novamente.
Quando nos fomos deitar a Diane decidiu desligar o computador, ainda não tinha recebido nada por isso certamente hoje já não deviamos esperar. No entanto mal a Diane se sentou ao computador recebi de novo uma mensagem.
"O Ryan é perigoso."
"Devias ter cuidado com as companhias que escolhes"
"Os...."
Não consegui ler mais, a Diane desligou o computador.
- Porque desligas-te Diane?
- Não vale a pena veres aquilo, não sabem o que dizem.
Diane estava irritada. Estava certamente curiosa com aquilo que ele não me deixou ler. Tinha de descobrir. No entanto não seria hoje, estava na altura de ir para a cama.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

- Sarah, a verdade é que o Ryan estava a pensar fazer-te uma surpresa. Enquanto tu e a Diane iam buscar o comer Ryan, eu e Andrew iríamos combinar tudo. Mas depois do modo como agis-te Ryan achou melhor não levar o plano para a frente. E a Diane estava apenas a tentar ajudar. A reacção dela foi um pouco exagerada, mas ela não fez por mal. – Disse Anne com um sorriso.
- Oh, não sabia. – E corei.
Estava de facto envergonhada. “Que estupidez” pensei. As minhas dúvidas e desconfianças tinham sido em vão. Ryan queria apenas fazer-me uma surpresa e eu duvidei dele.
Olhei para Ryan. Como tinha eu desconfiado dele? Ryan olhava em frente, concentrado na aula.
Ele é lindo. O que pode ele ver numa rapariga como eu?”.
Sempre me havia considerado uma rapariga normal. Não tinha nada que fizesse os rapazes acharem-me atraente. E no entanto Ryan, no meio de tantas outras raparigas da escola, havia-me escolhido a mim.
Suspirei.
No fim da aula, já não tinha dúvidas quanto à reacção de Diane. Estava tudo perfeitamente esclarecido na minha cabeça.
Ryan e eu saímos juntos seguidos de Andrew, Diane e Anne. Dirigíamo-nos ao bar e no caminho reparei em algo que nunca havia reparado, à nossa passagem toda a gente olhava e murmurava. Nem se preocupavam em disfarçar, sabia que falavam de nos, e eles faziam questão de que soubéssemos.
- Ryan? Porque que está toda a gente a olhar?
- Invejam-te querida. – Disse Ryan com o sorriso que eu adorava.
- Só se me invejarem pelo namorado que tenho. – Disse eu devolvendo o sorriso.
E beijei-o. Era algo que nunca queria perder.
Sentamo-nos numa mesa mesmo junto à porta.
- Sarah que achas amanha irmos ao cinema? – Perguntou Diane.
- Acho uma óptima ideia. O que achas Ry….
- Só nos as duas, já há algum tempo que não temos uma tarde assim. – Interrompeu-me Diane.
- Hum, Ok. Parece-me bem.
E voltamos para as aulas. Nem parecia da Diane querer uma tarde só comigo. Nos últimos dias não havia largado Andrew. Mas ficava feliz pelo convite para um programa a duas. Estava até ansiosa para saber as novidades.
A aula passou normalmente.
Quando Ryan me levou a casa Louis estava a trabalhar na garagem. Mal nos viu veio à porta.
- Ryan. Como está o Peter? Está contente com os arranjos que fiz?
- Sim, aliás pensa voltar lá em breve. – Disse Ryan com um sorriso.
- Porque não ficas para jantar Ryan?
UAU. Louis estava a convidar Ryan para jantar lá em casa. Como ele tinha mudado de ideias tão rápido. Queria tanto que Ryan aceitasse.
- Agradeço imenso o convite. Mas já estão à minha espera para jantar. Talvez para outro dia.
Depois virou-se para mim e despediu-se. Sai do carro. Ryan acenou a Louis e foi-se embora.
Durante o jantar Louis estava bastante contente.
- O Ryan parece-me ser bom rapaz. E é de boas famílias. Se visses o carro do pai dele…
Revirei os olhos, para o meu pai um bom carro era sinónimo de boas famílias.
- Bom, espero que saibas que podes convidá-lo para jantar cá em casa sempre que quiseres. Desde que ele avise os pais com antecedência.
- Obrigado pai.
Isto merecia uma comemoração, no entanto duvidava que tão cedo Ryan aceitasse o convite dado que ultimamente tinha sempre recusado.
Quando cheguei ao quarto tinha uma nova mensagem no telemóvel. Era Ryan.
“Aconteceu um imprevisto. Amanha não vou às aulas. Aviso-te assim que voltar. Adoro-te”
Estava deveras contente por Diane me ter convidado para sair. Não queria passar uma tarde sozinha.
Vesti um pijama e deitei-me. Estava cansada. No entanto o computador que ainda estava ligado deu sinal de aviso. Alguém estava a falar comigo. Não conhecia.
“Tem cuidado com o Ryan, não sabes com quem te estas a meter.”
Tentei perguntar quem era e o que queria dizer, mas tão rápido como apareceu, desapareceu.

Confidencias?

Depois da cena que a Diane fizera na escola tinha a certeza de que algo não batia certo. No entanto não queria falar disso com Ryan. No entanto o meu instinto dizia-me que a única pessoa a quem poderia perguntar era a Anne, mas esta ideia assustava-me. Não queria que Anne tivesse de mentir ao seu próprio irmão por minha causa, nem eu queria mentir ao meu namorado, mas por outro lado não consegui ficar sem saber o que se passava.
Decidi que naquele dia não lhe perguntaria nada, além do mais ainda há pouco tempo nos tínhamos começado a dar bem, não queria estragar isso. Anne era diferente do que pensava e estávamos até a começar a dar-nos bem.
Mesmo depois de tomar a decisão de não avançar não conseguia deixar de pensar nisso. Era um assunto tão banal que não conseguia entender o porque da reacção de Diane.
Ryan agia como se nada daquilo se tivesse passado, bem como os outros. Mas a minha cabeça não parava de girar em torno desse assunto. Por isso passei a maior parte do dia absorvida nos meus pensamentos. Falava casualmente com o resto do grupo mas a minha mente voltava sempre ao mesmo sítio.
No fim do dia, como sabia que Louis ia chegar tarde a casa, Ryan acompanhou-me a casa.
Estacionei o meu carro à entrada de casa enquanto que Ryan o deixou no passeio. Saiu do carro e veio ter comigo.
Agarrou-me e beijou-me.
Por mais que quisesse não consegui fingir o interesse habitual que tinha sempre que Ryan me beijava. Ryan notou.
- O que se passa? – Perguntou Ryan desconfiado. – Estiveste todo a dia ausente e agora igual.
- Não se passa nada, estou apenas cansada.
Ryan ficou a olhar para mim, não tinha acreditado. Era, de facto, uma terrível mentirosa.
Torci o nariz, não queria dizer a Ryan o motivo da minha ausência. Este entendeu e mudou de assunto.
- Bom, adorava ficar mas tenho de ir. – Disse Ryan enquanto passava a mão no meu cabelo.
- Porque não ficas para jantar? – Insisti.
- Prometi a Emily que jantava em casa. Ela está a fazer um jantar especial e não quero desaponta-la.
- Entendo. – E sorri.
Despedi-me de Ryan e entrei em casa. Na verdade tudo isto tinha-me tirado a fome. Comi apenas uma maça e fui para o meu quarto. Deitei-me em cima da cama e fechei os olhos.
“O que vou eu fazer? Se pergunto a Ryan ele vai, de certeza, mudar de assunto. Se pergunto a Anne obrigo-a a mentir ao irmão! Porque que tem de ser tão complicado?”Adormeci mais cedo do que queria.
No dia seguinte Ryan avisara-me de que me levaria para a escola. Por isso depois de tomar um duche rápido desci para tomar rapidamente o pequeno-almoço.
Louis já estava acordado.
- Bom dia Sarah, que se passou ontem? Não jantas-te.
- Bom dia pai. Não, na verdade não tinha muita fome.
Depois subi e lavei os dentes. Entretanto Ryan já havia chegado. Desci as escadas e sai.
Por mais incrível que pareça Louis acenou a Ryan enquanto lhe dirigia um sorriso. “Que mudança!” pensei.
Entrei no carro, dei um beijo a Ryan e fomos para a escola.
Estava decidido, iria perguntar a Anne o porque daquela reacção.
Quando chegamos o Andrew já estava com Diane. Anne estava ao pé deles. Disse um Olá a todos. Estava ansiosa que tocasse.
Finalmente ouviu-se o toque e fomos para a sala. Naquela hora Ryan tinha aula comigo, no entanto já sabia que não iria ficar com ele, tinha de aproveitar enquanto Anne estava sozinha.
Entrei na sala e sentei-me ao pé de Anne.
- Anne, – comecei – preciso de te fazer uma pergunta acerca de Ryan.
- Diz Sarah, se eu te puder ajudar. – Disse Anne com um sorriso.
- Bom, é por causa do que se passou ontem. Não percebo porque a Diane reagiu daquela maneira.
- Bom – disse Anne, e olhou para Ryan, este lançou-lhe um olhar desconfiado. – Acho que esse é um assunto sobre o qual deves falar com Ryan.
- Mas Anne, ambas sabemos que se perguntar a Ryan ele não me dirá a verdade.
- Pois, provavelmente tens razão.
Anne voltou a olhar para Ryan, eu olhei também. Ryan estava preocupado. Estava inquieto na cadeira.
O que seria assim tão importante para deixar Ryan daquela maneira? Não percebia.
Então Anne começou a falar.

domingo, 20 de setembro de 2009

Na viagem para casa estava preocupada. Não prestava atenção a nada, sei que Ryan me perguntou se estava tudo bem e eu acenei que sim. Mas na verdade não prestara atenção, havia respondido por instinto. Diane havia-me ligado a dizer que já sabia de Ryan e Andrew…mas fosse o que fosse, eu ainda não o sabia. Depois desligará, tinha uma urgência enorme em falar comigo, percebi isso na sua voz, mas depois simplesmente desligou. Bolas, o que se passará com ela? Será que Diane descobriu algo obscuro no passado de Ryan e da sua família? Harry, o pai de Diane trabalhava como detective na esquadra local, no entanto não achava Diane capaz de pedir tal coisa ao pai.
Liguei-lhe várias vezes depois da chamada dela, no entanto sem êxito. Comecei realmente a entrar em pânico. No entanto Ryan acalmou-me.
- Não te preocupes Sarah, a Diane está bem. O Andrew disse-me que a ia procurar, para falarem. Provavelmente estão demasiado ocupados! – E piscou-me o olho.
“Será que ele me consegue ler os pensamentos?” pensei. Andava a ver demasiada televisão.
Talvez Ryan tivesse razão. Se Andrew sentisse por Diane o mesmo que ela sentia por ele então estariam, de certeza, demasiado ocupados para responderem. Sorri ao pensar nisto.
Ryan deixou-me à porta de casa, felizmente Louis não parecia estar acordado. Debrucei-me para me despedir de Ryan, ele puxou-me para si. Ryan estava diferente hoje. Algo de errado se passava e eu pressentia-o. No entanto não tinha forças para estragar aquele momento. Perguntar-lhe-ia num outro dia.
Quando Ryan me deixou ir entrei com todo o cuidado em casa. Fui até ao meu quarto e felizmente Louis não havia acordado durante a minha ausência. Deitei-me na cama e rapidamente adormeci. Estava exausta.
Na manha seguinte mal acordei fui logo ver o telemóvel, ainda estava preocupada com Diane.
Tinha uma nova mensagem de Diane. Estava nervosa. O que teria ela descoberto acerca de Ryan e Andrew?
“Desculpa ontem ter desligado. Estava com Andrew. Está tudo bem boneca, não te preocupes. Agora sei que eles são apenas normais. ;) ”
Isto parecia uma desculpa esfarrapada, tão esfarrapada que talvez até fosse verdade.
Liguei a Diane ela atendeu.
- Diane? Estás bem? Ontem parecias…estranha.
- Sim Sarah, estou óptima na verdade. Desculpa se te deixei preocupada, mas o Andrew tinha acabado de chegar ao pé de mim.
- Pois, eu calculei que sim. Não tens nada para me contar? – Perguntei eu evitando rir-me, mas a verdade é que estava super feliz por Diane e Andrew.
- Bom, dado que és a minha melhor amiga penso que deves ser a primeira a saber. Eu e Andrew namoramos.
Diane estava excitadíssima. E eu também, era óptimo ouvir o entusiasmo dela ao falar num rapaz depois de tanto tempo.
- Sarah, tenho de ir. O Andrew já está lá fora, vou com ele para a escola.
E desligou.
Estava contentíssima por Diane. Vesti uns Jeans e uma camisa e desci as escadas para tomar o pequeno-almoço.
Louis tinha uma emergência na oficina e tivera de sair mais cedo, por isso tomei sozinha o pequeno-almoço.
Despachei-me o mais rápido que consegui e fui para a escola.
Quando lá cheguei toda a gente parecia excitada com a novidade, pelos vistos só eu não sabia qual.
Avistei Ryan no parque de estacionamento encostado ao carro, assim como Anne, Andrew e… Diane. Os dois estavam abraçados, enquanto Anne e Ryan se riam. Dirigi-me a eles, no entanto assim que me aproximei pararam de falar, como se não quisessem que eu ouvisse a conversa.
Cheguei e cumprimentei Ryan. Quando ia cumprimentar o resto das pessoas Ryan agarrou-me pela cintura e não me deixou mexer. Apresentou-me a Andrew e Anne.
- Esta é a Anne, a minha irmã. – Disse Ryan com um sorriso cúmplice.
Queria cumprimentá-la com dois beijos, agora que sabia que não poderia haver nada entre Ryan e Anne, esta já não me parecia tão antipática, pelo contrário. Anne dirigia-me um sorriso caloroso. No entanto Ryan segurava-me com tanta força que não conseguia alcança-la.
- E este é o Andrew, mas é claro que já sabias disso.
Sorri a Andrew e pisquei o olho a Diane.
Entretanto deu o primeiro toque e tivemos de ir para as aulas. Pelo que sabia Andrew tinha pedido à pouco tempo transferência para a escola e hoje era o seu primeiro dia de aulas. Naquela hora Ryan tinha uma aula diferente da minha por isso levou-me à sala e despediu-se. Quando entrei Diane já estava sentada junto a Andrew. Por isso tive de me sentar numa outra mesa.
- Posso sentar-me aqui? – Disse Anne com um sorriso.
- Sim, claro.
Estava espantada. Anne era exactamente o oposto daquilo que sempre havia pensado dela. A aula decorreu normalmente.
Á hora de almoço estava de volta ao pé de Ryan.
Quando entramos na cantina Ryan tinha o braço envolto na minha cintura e disse-me ao ouvido.
- É melhor ires buscar o teu almoço.
- Tu não vens? – Perguntei.
-Não.
- Porque?
- Não tenho apetite.
- Arranja uma desculpa melhor Ryan. – disse um pouco mais alto do que pretendia.
Diane ouviu e apressou-se a disser
- Não faças mais perguntas Sarah, se eles não querem comer não temos nada a ver com isso. - E puxou-me com ela até à fila da cantina.
Era a primeira vez que via Diane defender Ryan ou seja quem fosse da sua família. Algo estava errado e eu não estava a gostar.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Diane

Comprei tudo aquilo que precisava. A tarde fora agradável. No entanto tentava disfarçar a minha distracção com o meu bom humor. Quando acabamos deixei Sarah em casa. Agradeci-lhe a tarde. Fora de facto uma tarde bem passada. Depois segui em direcção a minha casa.
Ainda pensava em Andrew. Ele era lindo. Ryan era admirável, mas Andrew… bom, era quase perfeito.
O facto de vir a pensar nisto fez-me acreditar que estava a alucinar quando vi Andrew no passeio a acenar-me.
Encostei. Andrew estava, como sempre, perfeito. Vestia uma camisa azul-bebé que deixava transparecer os seus músculos, e uns Jeans.
- Olá, bom sei que não nos conhecemos. Eu sou o Andrew, irmão do Ryan. Vimo-nos esta tarde na cidade. – disse Andrew quando abria a janela.
A sua voz era quase hipnotizante, era sem dúvida uma voz sedutora.
-Hum. Olá, eu sou a Diane. Sim, eu vi-te com o Ryan. O que fazes por esta zona? Imagino que não moras por aqui, certo?
- Na verdade estás correcta. Não, não moro por aqui. Queria apenas falar contigo. Achas que podes parar no parque e sair para falarmos?
- Sim, claro, saio já.
“Que sorte!” pensei. Isto parecia quase irreal.
Parei no parque mesmo à frente e sai do carro. Andrew já lá estava. Fora rápido.
Sai do carro com um sorriso que Andrew retribuía calorosamente.
- Bom, então querias falar comigo?
- Sim, quero.
Decorreram uns segundos e Andrew não falava.
- E posso saber sobre o que? – Disse eu com um sorriso.
- Sim, era sobre … o Ryan e a Sarah.
Pensara em tudo menos nisso. È claro que ele queria falar sobre o Ryan e a Sarah.
- Ah, sim claro. O que tem?
- Eu ouvi disser que tu não gostas muito do Ryan. Algum motivo em especial?
Corei.
- Bom, na verdade eu estava errada. Eu não conheço o Ryan e deixei-me levar pelos boatos…
- Boatos? – Interrompeu ele. – Que boatos?
- Bem, as pessoas dizem que vocês têm algo de errado. Que são perigosos.
- O Ryan nunca faria mal à Sarah. – Disse Andrew.
- Sim, eu sei. Eles amam-se verdadeiramente.
- E eu nunca te faria mal a ti.
- Desculpa? – Disse eu.
- Diane, eu na verdade, não vim aqui para falar do Ryan e da Sarah. Quando eu te vi à saída da loja, eu senti que tinha de falar contigo. Explicar-te tudo. Eu nunca, mas nunca te faria mal Diane. Não interessa o que as outras pessoas possam dizer. Eu sei que não nos conhecemos. Mas eu sinto uma necessidade involuntária de te proteger, até de mim mesmo.
Ao fundo ouvi tocar o sino que assinalava as 7horas. Chegaria atrasada.
- Andrew, não sei o que queres disser com isso, mas tenho mesmo de ir. Não é por ti, mas os meus pais…
- Sim, eu sei. – Disse Andrew um pouco desapontado.
- Talvez possas ficar com o meu número e esclarecemos as coisas. Que dizes?
- Sim, está bem. – Disse Andrew visivelmente mais animado.
Escrevi o meu número num papel e entreguei-lho animada.
Toquei-lhe momentaneamente e a minha cara adquiriu uma nova expressão, assim como a de Andrew.
Fiquei horrorizada, o meu corpo ficou instintivamente mais tenso, na defensiva.
A mão de Andrew era fria, fria como uma pedra. Mesmo que a temperatura ambiente estivesse baixa era impossível as mãos de Andrew estarem tão frias.
Andrew estava quase envergonhado, olhava para baixo como se estivesse a tentar evitar-me.
Instintivamente entrei no carro e fugi. Andrew continuava igual. No mesmo sitio de cabeça baixa.
Cheguei a casa e meia a tremer sai do carro. Os meus pais estavam a jantar. Aleguei não ter fome e fui para o quarto.
Instintivamente sentei-me ao computador. Fui até ao Google.
Frio. Pesquisar. Nada de importante.
Pálido, frio, belo, sedutor, rápido. Pesquisar.
Eu própria empalideci.
“VAMPIRO”, eram estes os frutos da minha pesquisa. Apercebi-me de que me esquecera de respirar.
Ouvi um estrondo e saltei da cadeira. Era apenas o meu irmão. Senti o meu telemóvel vibrar.
“Lamento ter-te assustado. Eu nunca te faria mal. Compreendo que nunca mais me queiras ver. Andrew”
Estava assustadíssima, mas ao mesmo tempo, naquela tarde, sentimentos mais fortes do que o medo tinham nascido. Eu amava Andrew e agora entendia Sarah.
“Vem ter comigo ao parque”
Morrer nos braços de Andrew. Seria assim o meu final? Estava apavorada. Mas tudo isto era mais forte do que eu. Tinha de ligar a Sarah e dizer-lhe que já sabia. Ligar-lhe-ia enquanto esperava por Andrew.
Cheguei ao parque que agora estava vazio. Sai do carro mas não o desliguei.
Liguei a Sarah que atendeu ao terceiro toque.
- Sarah? Onde estás?
- Estou com o Ryan, mas Louis não sabe.
- Sarah eu já sei.
- Sim Diane. Acabei de contar-te. – Disse Sarah com um tom de voz confuso.
- Não Sarah. Eu já sei que o Ryan e o Andrew são…- Vi Andrew que se dirigia cautelosamente a mim - Ligo-te depois. - E desliguei.
Andrew parou bem afastado de mim.
- Não queria assustar-te daquela maneira.
- Eu sei Andrew, mas…é o meu instinto.
- Eu sei. Mas o que eu disse é verdade, nunca magoaria um ser humano, muito menos a ti.
- Um ser humano? Como assim? Mas tu não és um…vampiro? – Tinha um nó na garganta.
- Sim, sou. Mas nunca tirei uma vida humana. Alimentamo-nos de animais.
- Ah. – Corei.
Andrew avançou um passo e instintivamente eu recuei. Andrew parou. E eu, cuidadosamente avancei até ele. Não se mexeu. Encostei a cabeça no seu ombro e vagarosamente ele abraçou-me. Estava nos braços de um vampiro totalmente desprotegida, era agora ou nunca. Se ele quisesse ter-me-ia morto ali mesmo. No entanto não o fez. Sentia-me mais segura nos braços de um vampiro do que alguma vez me sentira nos braços de um humano.
- Andrew. – Disse eu – Não me importa o que tu és. Tenho medo. Mas é isto que quero. És tu.
- Eu sei querida. E eu nunca te magoarei. Prometo.
E suavemente beijou-me.
Queria espantar o medo da minha cabeça, por isso mudei de assunto.
- A Sarah também descobriu assim?
- A Sarah? – Disse Andrew surpreendido.
- A Sarah descobriu assim que o Ryan era…vampiro? – Ainda me custava dize-lo.
- Hum, a Sarah não sabe Diane.
- Como não sabe? O Ryan não é como tu? – Perguntei confusa.
- Sim, é. No entanto há algo de errado com a Sarah, que acaba por ser bom para Ryan. Ela não o sente…frio, percebes? É algo que nem o Peter consegue explicar.
-Uau. – Disse abismada.
Bolas. Tinha acabado de estragar tudo.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Depois de termos feito todas as compras necessárias Diane levou-me de volta a casa. Diane estivera sempre muito bem-disposta durante a tarde, o que me fez desviar o pensamento dos problemas que iria ter com Louis.
Quando a Diane parou na minha entrada reparei que a luz da entrada estava ligada. Louis já estava em casa. Fiquei no carro enquanto Diane me agradecia a saída. Depois despedi-me e fui para casa.
Quando entrei Louis estava na cozinha. Cheirava divinamente bem. Louis cumprimentou-me com um sorriso caloroso e continuou a cozinhar.
Não estava à espera de toda esta simpatia por parte do meu pai.
- Pai, precisas de ajuda?
Louis olhou para mim. Ainda tinha os sacos na mão.
- Não Sarah. Porque não sobes para arrumares as tuas coisas e depois desces para jantar? Tenho tudo controlado por aqui.
Estava abismada. Era como se o meu pai tivesse esquecido tudo o que se passara nos dias anteriores.
Subi até ao meu quarto e arrumei tudo no devido lugar. Talvez o meu pai estivesse a guardar tudo para o jantar. Não acreditava que se tivesse esquecido. Era bom demais. Demorei mais tempo do que precisava, tentava adiar ao máximo o que sabia ser inevitável.
Por fim desci.
Louis tinha acabado de por a mesa e fez sinal para que me sentasse.
O jantar decorreu normalmente. Louis falava alegremente sobre o seu dia na oficina e perguntava, ocasionalmente, o que eu e a Diane tínhamos feito.
Quando acabamos não aguentei mais.
- Pai, o que querias de tarde falar comigo?
- Eu? Ah sim, pois. Isso…bom não era nada de importante. Bom, era sobre o Ryan, mas o pai dele, o Peter, ele passou lá pela oficina, com o seu BMW e na verdade parecem ser boas pessoas.
Então Ryan tinha, de facto, tratado de tudo. Tinha sido inteligente em ter levado Peter à oficina. Assim não havia como o meu pai não gostar deles.
Subi para o meu quarto e pensei em agradecer a Ryan. No entanto quando cheguei vi que tinha uma nova mensagem de Ryan.
“Consegues sair sem Louis perceber?”
Uau. Era a primeira vez que Ryan me deixara fazer algo do género, muito mais incentivar-me.
“Vou tentar” respondi-lhe.
Nessa noite estava agitada. Louis não demorou muito a ir para o quarto e não era ainda meia-noite e os seus roncos já ecoavam pela casa.
Faltava pouco para a uma da manha quando ouvi um barulho na minha janela. Ryan atirava pequenas pedras. Desci cuidadosamente e fiz o mínimo de barulho possível. Quando sai Ryan já se encontrava à entrada. Mal me virei ele agarrou-me a cintura e beijou-me. Este beijo era diferente, era quase como urgente, preocupado.
- Ryan? O que se passa? – Disse eu ainda ofegante.
- Nada meu amor. Vou levar-te a um sítio especial.
Entramos no carro e fomos. Estava um pouco cansada e não fazia a menor ideia para onde íamos, por isso, durante grande parte da viagem fui de olhos fechados.
Ryan levou-me a uma praia, era linda. Apenas a lua cheia nos iluminava. Passeamos em silêncio até que Ryan me abraçou. Queria perguntar-lhe o que se passava, porque claramente algo estava errado, mas estava embriagada com o seu perfume.
- Sarah? – Ryan colocou o meu rosto entre as suas mãos. – Eu amo-te! Sabes disso não sabes? Aconteça o que acontecer eu amo-te. Eu nunca, mas nunca te faria mal.
- Ryan o que se passa?
Ryan estava a sofrer e isso era claro. No entanto limitou-se a sorrir e a beijar-me.
Assustei-me com o toque do meu telemóvel. No entanto fiquei ainda mais assustada depois. Talvez Louis já tivesse acordado e dado pela minha ausência.
Tirei o telemóvel do bolso e olhei para o visor.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Quando acordei ainda tinha o telemóvel na mão, voltei a ler a mensagem.
“Vim com a minha família…”, não conhecia a família de Ryan, nem sabia nada sobre eles, alem de Anne, nunca os tinha visto.
Era uma sensação estranha não saber nada sobre eles, não esperava conhece-los já uma vez que eu e Ryan tínhamos uma relação há tão pouco tempo, mas esperava que Ryan me tivesse falado deles.
Entretanto uma nova mensagem despertou-me dos meus pensamentos.
Era Ryan.
“Passo por tua casa por volta das 10h.”
Passava pouco das oito e meia por isso ainda tinha algum tempo.
Tomei um duche e vesti-me, decidi levar um vestido.
Desci e preparei os meus cereais. Louis devia estar na oficina a trabalhar e não reparou que eu já tinha acordado, evitei assim, e mais uma vez, o interrogatório que faria sobre a noite passada. Talvez até se esquecesse. Duvidava.
Estava animada e ansiosa para estar com o Ryan por isso mal acabei os cereais subi as escadas a correr para lavar os dentes.
Eram quase dez horas mas tinha ainda tempo para ver o meu e-mail. Nada de importante, alguma publicidade e e-mails correntes.
Dez horas em ponto e buzinaram lá fora.
Desci as escadas. Peguei na carteira e sai. Estava um pouco frio, mas agora era tarde de mais para voltar atrás e mudar de roupa. Dirigi-me ao carro e vi Louis sair da garagem. Ficou surpreendido quando me viu.
- Sarah, não sabia que já estavas acordada.
- Sim pai, acordei há pouco. Vou dar um pequeno passeio com o Ryan e volto já.
- Hum, ok, tem cuidado. – Ouvi-o resmungar.
Louis também não gostava muito de Ryan por isso a ideia não deveria agradar-lhe muito.
Ryan saiu do carro e sorriu-me. Fui ao seu encontro, sorri-lhe também. Como eu sentira a sua falta. Quando cheguei ao pé dele abraçou-me e sussurrou-me
- Tive saudades tuas.
- Também eu. – Respondi.
Demos a volta ao carro e ele abriu-me a porta, quando entrava piscou-me o olho.
Quando arrancamos acenei ao meu pai que continuava no mesmo sítio a observar-nos.
Estávamos já a alguma distância de minha casa quando lhe perguntei
-Onde vamos?
E olhei para o meu vestido, ele olhou de seguida e percebeu.
-Podemos ficar no carro.
Agradeci-lhe com um sorriso. No entanto não queria estragar-lhe os planos.
- Podíamos ir ao River coffe se quiseres, não temos de ficar no carro.
Ryan encolheu os ombros. Estava estranho nesse dia. Encostei a cabeça ao vidro e desejava que Ryan quebrasse o silêncio. Não o fez. Chegamos ao River Coffe e nem esperei que me abrisse a porta, a viagem tinha sido esquisita.
Entramos e sentamo-nos numa mesa ao fundo. Como seria de esperar, toda a gente ficou a olhar para nós, no entanto, passado uns minutos já ninguém olhava.
Continuamos em silencio até a empregada vir.
- Bom dia, o que vão desejar?
A empregada falava, claramente, apenas para Ryan e sorria-lhe.
- Um sumo de laranja. – Disse eu um pouco irritada.
Como Ryan não respondera a empregada foi-se embora. Passado pouco tempo voltou com o meu sumo.
Quando ela se foi de novo embora perguntei
- Então, como foi a viagem?
- Boa. – Disse Ryan.
- Ryan, eu estava a pensar que…bom, na verdade eu…não sei nada sobre a tua família.
Ryan sorriu-me, parecia aliviado pela mudança de assunto.
- Tens razão. – Disse ele com um sorriso. – Bom, os meus pais são a Emily e o Peter. O Peter trabalha no banco local, e a Emily, está em casa. Depois temos a Margaret. Ela é médica, terminou o curso há pouco tempo e trabalha na clínica de cá. Há também o Andrew, ele é o brincalhão lá de casa. E por fim temos a Anne, que já deves ter visto lá na escola, e o Victor, o namorado dela.
Ouvia atentamente tudo o que ele dizia.
Ele puxou da carteira de onde tirou alguma fotografias, para onde ia apontado enquanto falava.
- Estes são a Emily e o Peter.
Estavam numa foto os dois, Peter tinha o braço por cima da mulher. Se não soubesse que Ryan havia sido adoptado diria que tinha herdado a beleza dos pais. Eram lindos. Peter tinha, tal como Ryan, o cabelo escuro, embora o usasse um pouco mais comprido do que o habitual, e olhos verdes.
Emily não ficava atrás. Tinha o cabelo quase loiro com caracóis e usava-o pelo pescoço.
Depois Ryan passou para outra foto e falava das proezas da sua família. No entanto eu estava mais concentrada nas fotos.
Na foto para onde Ryan apontava agora estavam Anne e Victor. Tal como Anne, e aparentemente todos os membros da família, Victor era lindo.
Respirei Fundo. Se Anne estava com Victor...então não haveria nada entre ela e Ryan.
Anne tinha o cabelo um pouco mais comprido que Emily, no entanto era de um castanho achocolatado, lindo, tinha os olhos castanhos. A sua beleza era sem dúvida estonteante.
Victor tinha o cabelo escuro e curto e os olhos castanhos, mas a sua beleza não era, em nenhum aspecto, vulgar.
Por fim Ryan apontou para uma fotografia onde estava Margaret, Andrew e ele.
Margaret era, sem dúvida, a mais bonita de todas as mulheres da família. A sua beleza era inigualável. Tinha o cabelo ruivo e os olhos quase cor de mel. As feições dela eram perfeitas. Era a mulher mais bela que alguma vez havia visto.
Devo ter ficado a olhar para Margaret pois Ryan olhava-me fixamente e tinha parado de falar. Assim que lhe sorri continuou.
Apontava agora para Andrew, que por sua vez era lindo também. Tinha o cabelo curto e quase loiro, os olhos azuis. Era sem dúvida lindíssimo. Tinha um braço à volta do pescoço de Ryan e ambos se riam, notava-se a cumplicidade entre os dois.
Fiquei surpreendida com a família de Ryan, mas antes de puder sequer pensar em alguma coisa Ryan disse.
-Já te falei sobre a minha família, agora é a tua vez.
- Bom – disse eu baixando os olhos. – Sou apenas eu e o Louis.
Ryan ficou à espera.
- A minha mãe morreu quando eu era ainda pequena e o meu pai nunca se voltou a casar. É algo sobre que não de falar.
Ryan pousou as suas mãos nas minhas.
- Podemos mudar de assunto. Hum…Bom, o Louis não gosta muito de mim pois não?
- Porque dizes isso?
-Pelo olhar que me lançou quando te fui buscar imaginei que não gostasse muito de me ter por perto.
Ryan tinha razão.
- Bom, acho que não, nunca falei com ele sobre isso. Suponho que tenha de se habituar.
Ficamos mais algum tempo no café a falar sobre o que se tinha passado na escola. Não falamos mais sobre a viagem dele e entendi que Ryan preferia assim. Por fim saímos e Ryan levou-me de volta a casa.
Como Louis não parecia estar à espreita, Ryan deu-me um beijo de despedida.
Quando entrei o meu pai já tinha feito o almoço. E aparentemente saído. Havia um bilhete em cima da mesa da cozinha.
“Tive de tratar de uns assuntos no trabalho, volto assim que puder.”
Óptimo, assim não teria de ouvir um sermão. Estava demasiado feliz.
Almocei e arrumei a cozinha para que Louis não tivesse mais motivos para implicar.
Entretanto o telefone de casa tocou. Era Diane.
- Olá Sarah, liguei para te convidar a irmos fazer compras. Tenho um jantar no domingo e queria comprar umas coisas. Vens comigo?
- Claro que sim, parece-me perfeito. Quando passas por aqui?
- Se puderes, já.
- Sim, fico à tua espera.
Fui-me arranjar e enquanto descia vi o meu pai entrar. Quando me viu disse-me imediatamente
- Sarah temos de falar.
No entanto lá fora Diane já buzinava.
- Pai agora tenho de ir com a Diane, vamos às compras e eu prometi-lhe, podemos falar depois?
O meu pai sorriu. Não estava contente por eu escapar, estava contente porque eu não sairia com Ryan.
-Sim, claro, vai lá.
Deu-me um beijo na testa e sai.
Entrei no carro e fomos em direcção à cidade.
Peguei no telemóvel e escrevi
“O meu pai queria falar comigo, muito possivelmente por tua causa. Tenho medo que ele me proíba de sair contigo.”
E enviei para Ryan que não demorou muito a responder.
“Vou tratar de tudo prometo, não te preocupes meu amor.”
Chegamos à cidade, Diane estacionou o carro e lá fomos nós. Diane quis entrar em quase todas as lojas e eu segui-a.
Quando estávamos a experimentar pulseiras a Diane perguntou-me
- Então? Hoje vi-te com o Ryan no carro, saíram?
Parecia estar a esforçar-se verdadeiramente para saber mais sobre Ryan.
- Hum, sim, saímos.
- E posso saber o que fizeram? – Disse Diane a sorrir.
- Fomos apenas até ao River coffe, ele falou-me sobre a família dele.
- Ai sim? E então? Como são eles?
- Hum são normais.
Estava a mentir, eles eram todos invulgarmente belos.
Quando saímos da loja Diane estava entusiasmadíssima com os seus novos brinco.
Do outro lado da rua avistei Ryan com que conclui ser Andrew. Acenei-lhe e eles devolveram o cumprimento com outro aceno.
Olhei para Diane, estava boquiaberta.
- Diane? O que se passa?
- Hum, nada. Quem era aquele ao lado de Ryan?
- Era Andrew, o seu irmão, é lindo não é?
- Sim. - Disse Diane, e olhou para o chão ao mesmo tempo que corava. – É.
Soltei uma sonora gargalhada. Diane riu-se também.
- Então, já gostas mais do Ryan e da sua família?
- Bom, sim, talvez possa vir a gostar. – E sorriu.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O dia passou demasiado lento. Nas aulas não conseguia concentrar-me, não consegui deixar de pensar em Ryan. O que estaria ele agora a fazer? Nem me dissera onde ia durante os próximos dias.
“Sarah? Sarah?!” ouvi, parecia que estavam a chamar-me à distância, mas na verdade Diane estava, literalmente, a gritar-me aos ouvidos.
Estava-mos quase a chegar ao meu carro quando, um pouco a medo a Diane me perguntou.
- Sarah o que se passa contigo? Estiveste distraída durante a aula de Biologia, e durante a aula de Matemática, bem…nem tenho a certeza se realmente estiveste lá.
-Não se passa nada, estou apenas cansada, só isso. Não te preocupes.
-Foi o Ryan não foi? Nós avisamos-te para te afastares dele, há qualquer coisa de errado nesse rapaz…
Não conseguia ouvir aquilo, era inacreditável, na verdade nenhum dos meus amigos conhecia Ryan ou a sua família, mas continuavam a dizer-me que eles tinham algo de errado. Não a deixei terminar.
- Não, não foi o Ryan, como te disse, estou apenas cansada. E na verdade não há nada de errado com o Ryan, ele é – perfeito, era o que queria dizer, mas o que iriam as pessoas dizer se assumisse que amava um rapaz que mal conhecia? - Normal. – Acabei por mentir.
Continuei a andar em direcção ao carro, não sabia se Diane continuava atrás de mim, nem me importava, estava tão chateada que a única coisa que queria era chegar a casa…e falar com o Ryan, se isso fosse possível, o que não me parecia.
Cheguei a casa e felizmente o meu pai ainda não tinha chegado do trabalho. Fui para o meu quarto, pousei os livros na secretária, não me importava com os trabalhos de casa, estava demasiado exausta e zangada para me preocupar com isso.
Peguei no telemóvel, nada…nem uma mensagem.
Não aguentava mais aquilo. “Ligo…não ligo”, não queria parecer demasiado desesperada ao ligar-lhe tendo passado tão pouco tempo desde o nosso encontro na praça, mas começava a ficar preocupada. Ryan não dissera nada desde aquela manhã, e eu não fazia ideia onde ele estava nem quanto tempo iria estar ausente.
Liguei-lhe. Não me importava, preferia parecer desesperada a ficar maluca.
Tocou uma vez, duas, três…deixei tocar na esperança de que ele atendesse, por fim chegou ao voice-mail.
Desliguei. Iria, portanto dar em louca.
Liguei os fones ao meu pequeno leitor de CDs, procurei entre as toneladas de CDs que tinha o mais barulhento que encontrei.
Hoje não podia pensar mais nele.
Enfiei um pijama, pus os fones e liguei o volume no máximo.
Acabei por adormecer exausta…
Lembro-me da ultima coisa que pensei.
“Espero que amanhã estejas de volta”.
Nessa noite tivera um pesadelo.
Acordei assustada e ofegante. Precisava de tomar um duche. Assim fiz. Era cedo por isso levei mais tempo do que o habitual a escolher a minha roupa. Tinha, praticamente, toda a minha roupa em cima da cama, mas acabei por levar o habitual. Jeans e T-shirt.
Enquanto escovava o meu cabelo comecei a pensar no pesadelo que tivera na noite anterior.
Estava na escola à procura de Ryan e ninguém o conhecia, olhavam para mim como se fosse louca e estivesse à procura de uma pessoa que nunca tinha existido. Corria pela escola, perguntava a toda a gente, e nada. Quando entrei na cantina outras pessoas estavam a ocupar a mesa onde Ryan estava habitualmente. Ao longe avistei os meus amigos. Diane sorriu-me assim que me aproximei e deu-me um lugar ao pé dela.
Não me sentei.
-Diane, viste o Ryan? Ninguém parece…-conhece-lo, era o que teria dito se ela não me tivesse interrompido.
-Ryan? Que Ryan querida?
-Ryan, o meu Ryan. Alto, moreno, olhos verdes…pálido.
Até eu me apercebi da hesitação na minha voz.
Queria continuar a descrição, musculado, com um sorriso perfeito, um olhar sedutor, mas achei que aquela descrição seria suficiente. Na verdade Ryan era lindíssimo, quase parecido com um modelo. Se não fossem as desconfianças e os medos infundados de muitas pessoas, penso que ele poderia ser até uma das pessoas mais populares da escola.
-Sarah estás bem? Eu não conheço nenhum Ryan, e tu também não minha querida.
Diane conseguia ver o terror estampado na minha cara. Estava, de facto, aterrorizada.
-Kristin, tu sabes quem ele é certo? Foste tu que me falaste sobre ele quando ele cá chegou.
Kristin não me iria mentir, desde sempre que éramos grandes amigas. Kristin não me iria mentir.
-Não Sarah, desculpa. Não sei quem ele é, e penso nunca te ter falado sobre ele.
Não queria acreditar. Olhei para Kristin e vi que ela dizia a verdade.
Levantei-me e tentei encontrar a saída, mas estava tudo diferente, e por mais que corresse não conseguia encontrar a saída. Arrepiei-me, se eu não tivesse a certeza que o Ryan existia aquele sonho podia bem ser real. Na verdade, nunca tinha visto o Ryan com ninguém. Ele tinha chegado à escola à cerca de duas semanas, mas não era tempo suficiente para fazer amigos?
Via sempre Ryan com uma rapariga, que segundo Kristin era a sua irmã Anne, não gostava dela. Tal como Ryan, a sua beleza era estonteante, talvez fosse esse o motivo que me levava a não gostar dela, afinal ela passava tanto tempo com Ryan que…
Segundo Kristin, Anne e Ryan não eram do mesmo sangue, os seus pais haviam recorrido à adopção, o que para mim constituía um problema uma vez que dessa maneira…bem, não seria impossível que eles se apaixonassem.
A campainha tocou e o meu coração acelerou, “Ryan?” , desci as escadas a correr, embora que, quando cheguei o meu pai já tivesse aberto a porta.
“Diane” pensei. Que faria ela ali? Especialmente àquelas horas.
-Sarah? Olá, achas que…podemos falar?
-sim, claro, entra.
Comecei a subir as escadas enquanto a Diane me seguia. Que queria ela?
Quando entramos no meu quarto, antes que e pudesse dizer alguma coisa Diane começou.
-Ouve Sarah, estou aqui para falarmos acerca da discussão que tivemos ontem. Talvez tenha sido um pouco precipitada quanto a julgar o Ryan. Eu não o conheço e portanto…Bom, eu só me preocupo contigo. Porque o Ryan…ele evita as pessoas entendes? Não fala com mais ninguém a não ser a irmã, e bem…ela também evita as outras pessoas. E agora Ryan começou a falar contigo e isso de certa forma preocupou-me. Mas a verdade é que eu não conheço o Ryan e por isso devo-te um pedido de desculpas.
-Desculpas aceite. – E sorri.
Na verdade era terrivelmente difícil estar chateada com a Diane.
Depois de falarmos descemos as escadas juntas e tomamos o pequeno-almoço com Louis, o meu pai.
Fomos para a escola, cada uma no seu carro. O dia correu na normalidade, embora as horas demorassem a passar.
Diane insistiu para que a acompanhasse a um jantar com pessoas lá da escola, depois de muita insistência por parte de Diane acabei por concordar. Liguei ao meu pai de uma cabine telefónica para o avisar. Continuava a esquecer-me do telemóvel em casa, embora em situações destas fosse necessário.
O jantar foi animado, estavam lá todos os meus amigos e desviou o meu pensamento de Ryan embora que por apenas algumas horas.
Cheguei a casa exausta. Louis havia adormecido no sofá. Deixei-o ficar, estava demasiado cansada para responder ao seu interrogatório.
Subi as escadas e dirigi-me à casa de banho. Escovei os dentes e fui para o quarto, vesti o pijama. Hoje não demoraria muito a adormecer. Deitei-me, olhei para o lado e vi o meu telemóvel na mesinha de cabeceira. Fui ver.
Uma nova mensagem.
Ryan
“Estou de volta manhã. Vim com a minha família visitar uns familiares. Adoro-te!”
Apesar de estar cansada achei aquilo estranho. Amanhã seria sábado. Fim-de-semana. Sem aulas, porque razão não tinham ido dois dias depois? Assim nem Ryan nem Anne teria de faltar ás aulas.
Acabei por adormecer.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Say goodbye...

Cheguei lá mais cedo do que era necessário, mas ele já lá estava. A sua rapidez continuava a impressionar-me, devia guiar como um louco.
Ele estava enconstado à parede, numa das poucas sombras que havia na praça.
Quando dei por mim tinha abrandado o passo. Foi então que vieram as duvidas, como era possivel? Estava naquele momento a olhar para uma pessoa que conhecia hà uns dias e que era a pessoa mais importante da minha vida. No entanto continuava sem entender, porque que os meus amigos me avisaram para não me aproximar, qual era o medo? Olhava para ele e não via mais do que um ser humano completamente inofensivo, o ser humano que eu amava...
Comecei a correr na sua direcção e ele sorriu.
Sentia tanto a sua falta, precisava de sentir o seu toque de novo.
Quando, finalmente, cheguei ao pé dele envolveu-me num abraço.
Exactamente como eu me lembrava...
Com dois dedos ergeu-me o queixo e beijou-me. Como eu precisava dele...
Depois, e cedo demais, afastou-se. Dize-me apenas "Eu volto, prometo!". Virou costas e começou a afastar-se por uma rua estreita, pensei em segui-lo, mas logo me apercebi de quão pateta isso era.
Gostava de lhe ter perguntado onde ia, mas agora era tarde de mais. Nem sabia quanto tempo estaria fora.
Teria de me ocupar com alguma coisa, rápidamente.

Real?

No dia seguinte parecia irreal. Consegui ainda sentir o teu cheiro, o teu toque, mas até que ponto seria real? Teria sido um sonho?
Algo me despertou do meu pensamento. No inicio não consegui exactamente perceber do que se tratava, era o meu telemóvel. O meu tio Sam oferecera-mo pelo Natal, mas na verdade pouco o utilizava.
Olhei para o ecrã. Uma nova mensagem, mas quem seria? Pouca gente tinha aquele numero. Só havia uma maneira de saber.
Peguei no telemóvel e abri a mensagem.

"Espero ansiosamente estar contigo de novo. Tenho saudades tuas. Quero-te!"


Não estava assinada, nem precisei para saber que eras tu :)
Ri-me sosinha. Não, não tinha sido um sonho, foi real, o teu cheiro, o teu toque, os teus lábios de encontro aos meus, tudo foi real!
Precisava de estar contigo de novo, de sentir o teu hálito. Peguei no telemóvel de novo...

"Vem ter comigo à praça. Preciso de te ver antes de ires!"


Peguei na primeira camisola que encontrei, uns jeans velhos e vesti-me à pressa, ao descer as escadas à pressa peguei numa torrada que o meu pai tinha preparado, dei-lhe um beijo na face e despedi-me, peguei nos livros e sai a correr. Era a ultima vez que o iria ver durante uns dias, não queria chegar atrasada, queria aproveitar todos os minutos com ele.
Entrei no carro e pus-me a caminho.

O inicio

Vou-te dizer baixinho, o que sinto por ti...
Não é paixão, está bem? :) é maior. faz-me sentir grande, orgulhosa de ti, faz-me sorrir quando te encontro e sentir-me vazia quando não estás. Preenches-me percebes? :)
É amor? Não sei, talvez, é grande.
Fazes-me sentir tão bem, não sei como o consegues. Despertas em mim sensações que ninguém consegue. Inundas-me de alegria, paixão, magia.
Anseio por ti.
Lembras-te? EU lembro-me, lembro-me de os teus lábios tocarem os meus. Quentes, doces. Ainda consigo sentir o teu hálito :)
As tuas mãos passaram na minha face, tão quentes e macias. Sorri-te, fiquei sem palavras. Quis dizer-te tudo, mas acabas-te por seres tu a falar.
dizes-te-me baixinho ao ouvido "Estás a tremer.", o que tu me fazes :) podia dar-te mil desculpas, mas apenas sorri, encostei-me no teu ombro...
O teu perfume...
Abraças-te-me, era tão acolhedor! Não queria que acabasse. A custo acabas-te por me sussurrar "Tenho de ir!"...a custo deixei-te.
Antes de partires dizes-te-me "Quero-te."
Fiquei a ver-te partir, mesmo assim estavas lindo...
Da próxima vez irei sussurrar-te "És perfeito!"
Prometo. :)