O que achas dos excertos do novo "Danger in Heaven"?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Quando acordei ainda tinha o telemóvel na mão, voltei a ler a mensagem.
“Vim com a minha família…”, não conhecia a família de Ryan, nem sabia nada sobre eles, alem de Anne, nunca os tinha visto.
Era uma sensação estranha não saber nada sobre eles, não esperava conhece-los já uma vez que eu e Ryan tínhamos uma relação há tão pouco tempo, mas esperava que Ryan me tivesse falado deles.
Entretanto uma nova mensagem despertou-me dos meus pensamentos.
Era Ryan.
“Passo por tua casa por volta das 10h.”
Passava pouco das oito e meia por isso ainda tinha algum tempo.
Tomei um duche e vesti-me, decidi levar um vestido.
Desci e preparei os meus cereais. Louis devia estar na oficina a trabalhar e não reparou que eu já tinha acordado, evitei assim, e mais uma vez, o interrogatório que faria sobre a noite passada. Talvez até se esquecesse. Duvidava.
Estava animada e ansiosa para estar com o Ryan por isso mal acabei os cereais subi as escadas a correr para lavar os dentes.
Eram quase dez horas mas tinha ainda tempo para ver o meu e-mail. Nada de importante, alguma publicidade e e-mails correntes.
Dez horas em ponto e buzinaram lá fora.
Desci as escadas. Peguei na carteira e sai. Estava um pouco frio, mas agora era tarde de mais para voltar atrás e mudar de roupa. Dirigi-me ao carro e vi Louis sair da garagem. Ficou surpreendido quando me viu.
- Sarah, não sabia que já estavas acordada.
- Sim pai, acordei há pouco. Vou dar um pequeno passeio com o Ryan e volto já.
- Hum, ok, tem cuidado. – Ouvi-o resmungar.
Louis também não gostava muito de Ryan por isso a ideia não deveria agradar-lhe muito.
Ryan saiu do carro e sorriu-me. Fui ao seu encontro, sorri-lhe também. Como eu sentira a sua falta. Quando cheguei ao pé dele abraçou-me e sussurrou-me
- Tive saudades tuas.
- Também eu. – Respondi.
Demos a volta ao carro e ele abriu-me a porta, quando entrava piscou-me o olho.
Quando arrancamos acenei ao meu pai que continuava no mesmo sítio a observar-nos.
Estávamos já a alguma distância de minha casa quando lhe perguntei
-Onde vamos?
E olhei para o meu vestido, ele olhou de seguida e percebeu.
-Podemos ficar no carro.
Agradeci-lhe com um sorriso. No entanto não queria estragar-lhe os planos.
- Podíamos ir ao River coffe se quiseres, não temos de ficar no carro.
Ryan encolheu os ombros. Estava estranho nesse dia. Encostei a cabeça ao vidro e desejava que Ryan quebrasse o silêncio. Não o fez. Chegamos ao River Coffe e nem esperei que me abrisse a porta, a viagem tinha sido esquisita.
Entramos e sentamo-nos numa mesa ao fundo. Como seria de esperar, toda a gente ficou a olhar para nós, no entanto, passado uns minutos já ninguém olhava.
Continuamos em silencio até a empregada vir.
- Bom dia, o que vão desejar?
A empregada falava, claramente, apenas para Ryan e sorria-lhe.
- Um sumo de laranja. – Disse eu um pouco irritada.
Como Ryan não respondera a empregada foi-se embora. Passado pouco tempo voltou com o meu sumo.
Quando ela se foi de novo embora perguntei
- Então, como foi a viagem?
- Boa. – Disse Ryan.
- Ryan, eu estava a pensar que…bom, na verdade eu…não sei nada sobre a tua família.
Ryan sorriu-me, parecia aliviado pela mudança de assunto.
- Tens razão. – Disse ele com um sorriso. – Bom, os meus pais são a Emily e o Peter. O Peter trabalha no banco local, e a Emily, está em casa. Depois temos a Margaret. Ela é médica, terminou o curso há pouco tempo e trabalha na clínica de cá. Há também o Andrew, ele é o brincalhão lá de casa. E por fim temos a Anne, que já deves ter visto lá na escola, e o Victor, o namorado dela.
Ouvia atentamente tudo o que ele dizia.
Ele puxou da carteira de onde tirou alguma fotografias, para onde ia apontado enquanto falava.
- Estes são a Emily e o Peter.
Estavam numa foto os dois, Peter tinha o braço por cima da mulher. Se não soubesse que Ryan havia sido adoptado diria que tinha herdado a beleza dos pais. Eram lindos. Peter tinha, tal como Ryan, o cabelo escuro, embora o usasse um pouco mais comprido do que o habitual, e olhos verdes.
Emily não ficava atrás. Tinha o cabelo quase loiro com caracóis e usava-o pelo pescoço.
Depois Ryan passou para outra foto e falava das proezas da sua família. No entanto eu estava mais concentrada nas fotos.
Na foto para onde Ryan apontava agora estavam Anne e Victor. Tal como Anne, e aparentemente todos os membros da família, Victor era lindo.
Respirei Fundo. Se Anne estava com Victor...então não haveria nada entre ela e Ryan.
Anne tinha o cabelo um pouco mais comprido que Emily, no entanto era de um castanho achocolatado, lindo, tinha os olhos castanhos. A sua beleza era sem dúvida estonteante.
Victor tinha o cabelo escuro e curto e os olhos castanhos, mas a sua beleza não era, em nenhum aspecto, vulgar.
Por fim Ryan apontou para uma fotografia onde estava Margaret, Andrew e ele.
Margaret era, sem dúvida, a mais bonita de todas as mulheres da família. A sua beleza era inigualável. Tinha o cabelo ruivo e os olhos quase cor de mel. As feições dela eram perfeitas. Era a mulher mais bela que alguma vez havia visto.
Devo ter ficado a olhar para Margaret pois Ryan olhava-me fixamente e tinha parado de falar. Assim que lhe sorri continuou.
Apontava agora para Andrew, que por sua vez era lindo também. Tinha o cabelo curto e quase loiro, os olhos azuis. Era sem dúvida lindíssimo. Tinha um braço à volta do pescoço de Ryan e ambos se riam, notava-se a cumplicidade entre os dois.
Fiquei surpreendida com a família de Ryan, mas antes de puder sequer pensar em alguma coisa Ryan disse.
-Já te falei sobre a minha família, agora é a tua vez.
- Bom – disse eu baixando os olhos. – Sou apenas eu e o Louis.
Ryan ficou à espera.
- A minha mãe morreu quando eu era ainda pequena e o meu pai nunca se voltou a casar. É algo sobre que não de falar.
Ryan pousou as suas mãos nas minhas.
- Podemos mudar de assunto. Hum…Bom, o Louis não gosta muito de mim pois não?
- Porque dizes isso?
-Pelo olhar que me lançou quando te fui buscar imaginei que não gostasse muito de me ter por perto.
Ryan tinha razão.
- Bom, acho que não, nunca falei com ele sobre isso. Suponho que tenha de se habituar.
Ficamos mais algum tempo no café a falar sobre o que se tinha passado na escola. Não falamos mais sobre a viagem dele e entendi que Ryan preferia assim. Por fim saímos e Ryan levou-me de volta a casa.
Como Louis não parecia estar à espreita, Ryan deu-me um beijo de despedida.
Quando entrei o meu pai já tinha feito o almoço. E aparentemente saído. Havia um bilhete em cima da mesa da cozinha.
“Tive de tratar de uns assuntos no trabalho, volto assim que puder.”
Óptimo, assim não teria de ouvir um sermão. Estava demasiado feliz.
Almocei e arrumei a cozinha para que Louis não tivesse mais motivos para implicar.
Entretanto o telefone de casa tocou. Era Diane.
- Olá Sarah, liguei para te convidar a irmos fazer compras. Tenho um jantar no domingo e queria comprar umas coisas. Vens comigo?
- Claro que sim, parece-me perfeito. Quando passas por aqui?
- Se puderes, já.
- Sim, fico à tua espera.
Fui-me arranjar e enquanto descia vi o meu pai entrar. Quando me viu disse-me imediatamente
- Sarah temos de falar.
No entanto lá fora Diane já buzinava.
- Pai agora tenho de ir com a Diane, vamos às compras e eu prometi-lhe, podemos falar depois?
O meu pai sorriu. Não estava contente por eu escapar, estava contente porque eu não sairia com Ryan.
-Sim, claro, vai lá.
Deu-me um beijo na testa e sai.
Entrei no carro e fomos em direcção à cidade.
Peguei no telemóvel e escrevi
“O meu pai queria falar comigo, muito possivelmente por tua causa. Tenho medo que ele me proíba de sair contigo.”
E enviei para Ryan que não demorou muito a responder.
“Vou tratar de tudo prometo, não te preocupes meu amor.”
Chegamos à cidade, Diane estacionou o carro e lá fomos nós. Diane quis entrar em quase todas as lojas e eu segui-a.
Quando estávamos a experimentar pulseiras a Diane perguntou-me
- Então? Hoje vi-te com o Ryan no carro, saíram?
Parecia estar a esforçar-se verdadeiramente para saber mais sobre Ryan.
- Hum, sim, saímos.
- E posso saber o que fizeram? – Disse Diane a sorrir.
- Fomos apenas até ao River coffe, ele falou-me sobre a família dele.
- Ai sim? E então? Como são eles?
- Hum são normais.
Estava a mentir, eles eram todos invulgarmente belos.
Quando saímos da loja Diane estava entusiasmadíssima com os seus novos brinco.
Do outro lado da rua avistei Ryan com que conclui ser Andrew. Acenei-lhe e eles devolveram o cumprimento com outro aceno.
Olhei para Diane, estava boquiaberta.
- Diane? O que se passa?
- Hum, nada. Quem era aquele ao lado de Ryan?
- Era Andrew, o seu irmão, é lindo não é?
- Sim. - Disse Diane, e olhou para o chão ao mesmo tempo que corava. – É.
Soltei uma sonora gargalhada. Diane riu-se também.
- Então, já gostas mais do Ryan e da sua família?
- Bom, sim, talvez possa vir a gostar. – E sorriu.

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